quinta-feira, 29 de março de 2018

Filmes vistos em março


Voltando a falar sobre os filmes que vi durante o mês. A ideia é fazer um breve resumo do que achei das obras, que por fim não terão críticas aqui no blog, e aproveitar e dar dicas do que assistir. Aproveitem e deixem nos comentários algo que viram em março e recomendam. 

por Fernando Labanca


The Post - A Guerra Secreta

Como registro histórico, "The Post" funciona. Os acontecimentos citados, por fim, trazem alguns questionamentos que dialogam com os tempos atuais como a presença feminina dentro de um setor majoritariamente masculino, além de revelar, de forma realista, os bastidores de um jornal e debater com elegância a ética no jornalismo. No entanto, como cinema, o filme de Steven Spielberg é sem alma, desinteressante e cansa boa parte do tempo. Nada conquista, nada nos coloca para dentro da trama. Em outras palavras, torci para acabar.



Corpo e Alma

Representando da Hungria na categoria de Melhor Filme Estrangeiro no último Oscar, "Corpo e Alma" conquistou a crítica especializada e recebeu belos elogios. Porém, preciso confessar que para mim não funcionou. Gosto dos personagens e como eles são fáceis de se identificar e apesar de não ser um romance óbvio, torcemos constantemente pelo casal principal. No entanto, sua trama é tão bizarra que não consegui levá-la a sério. Me incomoda, também, o excesso de cenas gratuitas envolvendo animais e as torturas que recebem. Choca e em nada soma na história.



O Assassinato no Expresso Oriente

Baseado no clássico de Agatha Christie, a adaptação de Kenneth Branagh recebe um delicioso tom de suspense e uma direção de arte caprichada. É tudo muito bem feito, chamando a atenção pela ótima condução do diretor e sua ousadia em diversas tomadas. Porém, sua trama é bastante inverosímel e cansa ao ser tão ordinária. O final é bem forçado e tenta ser profundo quando não é. O elenco é cheio de nomes fortes do cinema e todos soam desperdiçados, com pouco a oferecer em cena. Vale apenas para confirmar que Branagh, astro dos anos oitenta, sobreviveu ao tempo e é, ainda, um indivíduo muito talentoso.


Eu, Tonya

Muito mais do que um filme sobre patinação no gelo, o longa conta a inusitada trajetória de Tonya Harding, que precisou enfrentar todas as formas de assédio e pressão em sua vida. É uma obra forte, irreverente e se utiliza do humor para revelar uma história adoravelmente absurda. Peca pelos excessos e por algumas atuações que não vão muito além da caricatura. Margot Robbie, por sua vez, brilha. Vale por vê-la neste que é seu melhor momento no cinema.



The Room

Depois que assisti "Artista do Desastre", excelente comédia de James Franco lançada este ano, fiquei bastante curioso quanto ao filme que o originou, "The Room" de 2003 e o homem por trás de tudo isso: Tommy Wiseau. Conhecido por ser um dos piores filmes da história, vale conferi-lo apenas por conhecer o que há de tão ruim para receber tal status. É terrível sim. Mas de tão ruim acaba sendo bom. É risível e surpreende (negativamente) a cada cena. O lado bom é que a obra de Franco se torna ainda melhor, ainda mais genial.



Verónica

Com uma propaganda que dizia ser o filme mais aterrorizante lançado em 2017, "Verónica" decepciona. Com direção de Paco Plaza, que dirigiu o fantástico "Rec" em 2007, ele retorna sem grandes inspirações e entrega um terror genérico, que não assusta e que pouco será lembrado. Por outro lado, é bem realizado e ganha pontos por se utilizar de efeitos mais "práticos" que o usual, tornando sua ideia mais crível. O filme está na Netflix. 



As Aventuras de Paddington 2

Com grandes inspirações em Wes Anderson, "Paddington 2" é uma sequência que ninguém pediu, mas é tão boa que se torna necessária. Com roteiro redondo, personagens carismáticos e uma uma produção que nos deixa maravilhados por cada belo detalhe, temos aqui um filme que surpreende, simplesmente porque é muito melhor do que pretende ser. É uma obra que faz bem para alma, acalenta o coração e nos faz querer abraçá-la a cada minuto. 



Meu Amigo Dahmer

Baseado na graphic novel de mesmo nome, que por sua vez foi inspirada em eventos reais, o filme acompanha uma parte da adolescência de Jeffrey Dahmer, serial killer que matou mais de 17 garotos entre os anos 70 e 90. A trama causa um constante desconforto e assusta pelas estranhas atitudes do protagonista, muito bem interpretado por Ross Lynch. Infelizmente faltou mais coragem de Marc Meyers que dirigiu e escreveu o roteiro. Não ousa em sua narrativa e acaba por oferecer um filme inofensivo demais para algo que tinha tamanho potencial. É bom, mas deixa a sensação de que poderia ter sido muito melhor. 



O Que te Faz Mais Forte

Bem decepcionante este drama motivacional de David Gordon Green, que aborda uma história interessante e deixa tudo o mais genérico possível. O filme mostra a superação de um vitima do atentado real que aconteceu em Boston em 2013, onde perdeu suas duas pernas. É chocante sim e consegue, em alguns raros momentos, passar uma boa dose de verdade e emoção. No entanto, seu roteiro é muito fraco e peca em tornar seu protagonista um símbolo e herói norte-americano. É forçado e ofensivo ao transformar o luto em um grande espetáculo a ser assistido. Vale por Jake Gyllenhaal que entrega, sem grandes surpresas, mais uma atuação irreparável e sua parceira de cena, Tatiana Maslany, que é uma excelente atriz e convence e muito no papel.



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