terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Retrospectiva 2016 - As Melhores Atrizes Coadjuvantes



A Retrospectiva continua essa semana aqui no blog. Nesse post falo sobre as grandes atrizes coadjuvantes que tivemos em 2016. Gosto de fazer essas listas não só por relembrar os bons momentos que vimos no cinema no ano, mas por citar nomes improváveis em premiações que acabam sendo esquecidas e até mesmo menosprezadas. Foram atuações fortes e personagens dignos de atenção e claro, como toda lista, precisei deixar algumas de fora para conseguir fechar o TOP 10. Espero que gostem das selecionadas...

por Fernando Labanca




10. Joan Allen 
(O Quarto de Jack)
Universal Pictures
Uma personagem pequena dentro do filme "O Quarto de Jack", mas que Joan Allen agarrou com força. Na pele da mãe de Joy, interpretada por Brie Larson, ela entregou suas sequência com muito sentimento, muita honestidade, de forma terna e cheia de compaixão. Toda a história do filme é pesada e sua presença nos deixa com o coração na mão, tentando imaginar como é encarar tudo aquilo por seus olhos.




09. Kirsten Dunst 
(Destino Especial)
Warner Bros.
Kirsten Dunst é uma caixa de surpresas, nunca sabemos exatamente o quão alto ela é capaz de ir. Assim também defino sua personagem Sarah. Misteriosa, o roteiro nunca nos permite conhecê-la a fundo, não conhecemos seu passado, muito menos o que passa em sua mente. E mesmo assim, com tão poucas informações, Dunst deu alma a ela. Existe algo em seu olhar. Algo profundo, sincero, cheio de dor e também esperança. Com poucas falas em cena, a atriz comove de forma intensa, principalmente na reta final da obra. O instante em que ela encara um espelho e corta seus cabelos é belo e cheio de significados.




08. Rachel Weisz 
(A Luz Entre Oceanos)
Paris Filmes
Rachel Weisz deu uma sumida nos últimos anos e voltou com força recentemente. Presente em diversas produções, não teve como não citá-la duas vezes aqui na lista. Em "A Luz Entre Oceanos", sua personagem ganha vida na segunda metade do filme e acabou surpreendendo no decorrer da história. Peça fundamental da trama, Rachel domina as sequências com sua bela presença, transmite toda a dor e tristeza necessária para compor esta comovente e intensa personagem.




07. Jane Fonda 
(A Juventude)
Fênix Filmes
A atriz aparece em pouquíssimas cenas. Uma? Duas? A questão é que mesmo com tão pouco tempo na tela, Jane Fonda fez mais em uma pequena sequência do que fez em sua carreira nos últimos anos. Com um texto provocativo, crítico e incrivelmente honesto, é chocante sua aparição. Vê-la contracenando com Michael Caine em "A Juventude" é como um belo presente ao público e um presente aos dois veteranos.



06. Julianne Moore 
(O Plano de Maggie)
Sony Pictures
Muita coisa não deu certo na comédia "O Plano de Maggie". Julianne Moore, por sua vez, entra para o grupo daquilo que há de melhor na obra. Mais do que fazer do filme melhor, a atriz o transformou em algo digno de nossa atenção. Surpreendentemente divertida em cena, sua Georgette é um ser desprezível, irritante e cheio de contradições. Sorte que conseguiram Moore para interpretá-la, que a fez uma personagem cativante, engraçada e que fez a sessão valer a pena.




05. Olivia Cooke 
(Eu, Você e a Garota Que Vai Morrer)
Fox Searchlight
A jovem adolescente com câncer. Parece até previsível encontrar uma ótima performance de uma atriz neste tipo de papel. No entanto, Olivia Cooke, mais conhecida por seu papel na série "Bates Motel", não havia tido uma grande chance no cinema e este foi um belíssimo momento seu, conseguindo provar seu enorme talento. A atriz construiu, ainda, um tipo diferente, nada óbvio, que diverte em cena, sem deixar de mostrar a força de sua personagem diante de uma fase difícil. As cenas finais são de cortar o coração e Olivia me fez chorar pela irretocável maneira com que encarou tais momentos. Foi sensível e lindo de ver. 




04. Molly Shannon 
(Outras Pessoas)
Netflix
Uma das maiores surpresas da lista foi, sem dúvidas, a atuação de Molly Shannon na dramédia "Outras Pessoas". Na pele de uma mãe que sofre de câncer e que decidiu parar o tratamento, a atriz encara belíssimas e divertidas sequências ao lado do também excelente Jesse Plemons, que interpreta seu filho. É um personagem guiado de forma leve pelo roteiro, com bom-humor, mas que jamais ignora sua densidade, sua profunda comoção. E Shannon surpreende na tela ao conseguir trilhar por essas nuances de forma natural, saindo da comédia ao drama de forma convincente. Sua presença é extremamente marcante, que diverte mas também causa um grande impacto naquele que assiste. 




03. Rachel Weisz 
(O Lagosta)

Já acho a forma como introduziram sua personagem de uma originalidade extrema em "The Lobster". A narradora da trama que entra em cena após sua segunda metade e é de grande importância nela. Até certo ponto nos questionamos de quem é aquela voz e sob qual olhar estamos vendo a história, eis que Rachel Weisz é revelada e assim como todos no elenco, entrega uma atuação distante de muita coisa que já vimos. Um misto de humor e melancolia, de ausência de sentimentos e desespero por uma vida diferente. Ela é estranha e ao mesmo tempo nos causa uma curiosidade, nos instiga e nos cativa. Somente uma atriz como Rachel poderia compreender tais excentricidades e fazer de forma tão única, com tamanha perfeição. 




02. Jennifer Jason Leigh 
(Os Oito Odiados)
Diamond Films
A atriz estava há um tempo afastada do cinema ou sem encarar um grande personagem e recebeu este enorme presente de Quentin Tarantino. De fato, acho que eu nem sabia da grandeza de Jennifer Jason Leigh. Não conhecia seu real potencial e vê-la em "Os Oito Odiados" foi uma grande surpresa. Sua performance é impactante, radical, cheia de fúria, garra e tudo aquilo que jamais poderia imaginar saindo de dentro dela. Um grande momento em sua carreira. Um grande momento do ano. 




01. Kate Winslet 
(Steve Jobs)
Universal Pictures
"Steve Jobs" de Danny Boyle, apesar de ter sido bastante subestimado nos cinemas, trouxe, sem dúvidas, um dos roteiros mais incríveis de 2016. Quase como uma peça de teatro, a produção necessitou de uma entrega total de seus atores para que aquele jogo funcionasse com precisão. Texto rápido, diálogos longos e sequências com pouquíssimas pausas. É chocante pensar em como tudo aquilo foi feito e em como os atores se doaram àquilo. Fassbender como Jobs está incrível e é nítido que precisavam de uma atriz gigante para duelar com ele. Uma coadjuvante de ouro, como dizem. Aquela coadjuvante que é parte essencial de tudo, que sem ela, nada seria possível. E para isso, precisava ser Kate Winslet. Que, aliás, já provou muita coisa em sua belíssima carreira, mas é muito bom como ela ainda tem a ousadia e força para encarar um personagem como este. Sua entrega é comovente, digna de palmas.  



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