sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Crítica: Boyhood - Da Infância à Juventude (Boyhood, 2014)

"Boyhood" foi um dos filmes que mais esperei nesses últimos doze meses e é com ele que concluo mais um ano aqui no blog. Mais do que uma das melhores obras de 2014, o longa dirigido por Richard Linklater, pode ser citado como uma das obras mais ambiciosas dos últimos tempos. Filmado durante 12 anos, a sensação que temos ao assistí-lo e ver seu elenco envelhecendo, ali na tela, é uma experiência nova, única, de uma coragem e genialidade que há muito tempo a sétima arte não presenciava. O cinema precisava disso. "Boyhood" representa muita coisa, é um marco, uma inovação. Nasce aqui uma obra-prima, em sua mais genuína forma.

por Fernando Labanca

Ao longo de 12 anos, o diretor Richard Linklater reuniu sua equipe para rodar seu filme, uma vez a cada ano, para mostrar a jornada e o crescimento de seus personagens. Ellar Coltrane, que interpreta o protagonista Mason, inicia as filmagens aos 6 anos e termina aos 18. Não haveria forma melhor para Linklater, que também assina o roteiro, relatar sobre o que pretendia, o tempo. E assim, acompanhamos todo seu elenco, que conta ainda com Patricia Arquette e Ethan Hawke como os pais de Mason e Samantha, interpretada por Lorelei Linklater. É muito curioso pensar como tudo isso foi feito, parece aquelas ideias malucas que alguém para e pensa: "e se gravarmos um filme durante vários anos? Como seria o resultado?". Penso que foi preciso muita coragem, disposição em fazer o melhor, dedicação em se doar a um único projeto, não só do diretor, mas de todos os envolvidos. É fascinante pensar nisso, para quem ama cinema, quem ama ver de perto essas histórias sendo contadas, é incrível poder ver algo assim, tão grandioso, tão genial, dando certo, quebrando qualquer padrão ou qualquer lógica. O resultado é mágico, muito mais do que ver os atores envelhecendo no mesmo filme, é ver e poder sentir as intenções que a obra teve, deste milagre em nos transportar ao passado, reviver uma vida que não foi a nossa, mas que poderia muito bem ter sido.


terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Crítica: O Melhor Lance (La Migliore Offerta, 2013)

Giuseppe Tornatore, que em 1988 dirigiu o clássico "Cinema Paradiso", tem uma carreira consolidada na Itália, seu país de origem. E neste ano, ele retorna com mais um grande filme, "O Melhor Lance", falado em inglês e que conta com ótimas atuações de Geoffrey Rush, Jim Sturgess e Sylvia Hoeks. Um longa incrivelmente bem conduzido, que surpreende com sua trama bastante curiosa, numa mistura envolvente e intrigante de suspense e romance.

por Fernando Labanca

Confesso que não sabia o que esperar deste filme, não havia lido nenhuma sinopse até então e fui apenas pela curiosidade de presenciar mais um encontro de Tornatore e do músico Ennio Marricone, com o plus de ter um elenco que eu já admirava. E acredito que quanto menos souber sobre o longa, mais fascinante ele se tornará. Comecei sem compreender aonde ele pretendia chegar e a cada nova reviravolta eu me surpreendia, e esta qualidade de sempre levar sua trama para os caminhos que menos se espera, transforma a obra em algo ainda mais interessante, e mesmo com sua longa duração, o diretor não se perde nem por um instante, nos entregando uma história extremamente envolvente, que acaba nos prendendo também, pela beleza e elegância que Tornatore constrói cada imagem, compondo cada enquadramento de seu filme como se realmente fosse uma pintura, e o resultado é simplesmente estonteante.


sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Crítica: Minha Nova Vida (How I Live Now, 2013)

Baseado no premiado livro de Meg Rosoff, "Minha Nova Vida" conta com a direção de Kevin Macdonald (O Último Rei da Escócia, 2006). O filme nos mostra, através de cenas marcantes, a jornada e as transformações de uma jovem enquanto seu país vive um caótico início de Guerra. Forte e cruel, o longa surpreende por sua coragem e por encontrar poesia e beleza onde não há.

por Fernando Labanca

O filme inicia quando a protagonista Daisy (interpretada por Saoirse Ronan) - com seu visual rebelde - chega à Inglaterra, onde fica hospedada na casa de seus primos distantes, pessoas com quem não tem nenhum tipo de contato, os pequenos Isaac (Tom Holland) e Piper (Harley Bird) e o mais velho de todos, Edmond (George MacKay) que logo lhe desperta o interesse. O país vive num momento tenso e cheio de incertezas, controlados por militares, os cidadãos vivem aterrorizados por uma iminente Terceira Guerra Mundial. Distantes de todo esse sofrimento, numa casa de campo, os jovens tentam manter sua segurança e liberdade naquele pequeno pedaço de terra, entretanto, logo são obrigados à partirem, separando os membros da família e dando uma única certeza para Daisy, escapar da Guerra e reencontrar aqueles que aprendeu a amar.


terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Crítica: Expresso do Amanhã (Snowpiercer, 2013)

Baseado na grafic novel francesa "Le Transperceneige", o longa marca o primeiro filme falado em inglês do sul coreado Joon-ho Bong (O Hospedeiro, 2006), que conta ainda com a produção de Chan-wook Park (Oldboy, 2003). Visualmente estilosa, a obra traz um olhar bastante original sobre um mundo pós-apocalíptico, que consegue, com seu roteiro extremamente inteligente, fazer duras críticas à sociedade atual. Uma das grandes surpresas deste ano.

por Fernando Labanca

Apesar de já ter sido lançado na Coréia do Sul, o filme tem encontrado bastante dificuldade para sua distribuição em outros países devido a divergências com o estúdio The Weinsein Company, que comprou seus direitos. E assim, depois de diversas datas de lançamento aqui no Brasil serem adiadas, o filme continua por permanecer no limbo, e dessa forma, sendo impedido de ser descoberto. E sim, "Expresso do Amanhã" precisa ser descoberto.

Num futuro pouco distante, o governo falha em uma missão de cessar o aquecimento global, culminando no congelamento total do planeta. Wilford (Ed Harris) é um engenheiro que elaborou a construção de um trem que acabou por salvar toda a população, e numa espécie de "Arca de Noé", a embarcação levou os últimos sobreviventes. Sem destino, os passageiros são separados de acordo com suas classes sociais, e aqueles que não conseguiram comprar sua entrada, vivem na "cauda", ou seja, nos últimos vagões do trem, vivendo em situações precárias e se alimentando de uma pequena barra de proteína. A trama se inicia, quando, 18 anos depois, a população da cauda resolve começar mais uma rebelião, liderados por Curtis (Chris Evans), afim de chegarem até os primeiros compartimentos, no local onde poderão controlar as máquinas, onde finalmente iniciarão a tão almejada revolução.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Crítica: As Palavras (The Words, 2012)


Brian Klugman e Lee Sternthal trabalharam juntos no roteiro de "Tron - O Legado" (2010) e retornam em "As Palavras", não só como roteiristas, mas também como diretores. O filme, apesar de carregar uma ideia bastante interessante, carece justamente de uma boa direção e de um roteiro mais ousado, que levasse a obra ao nível que ela merecia.

por Fernando Labanca

Os primeiros passos de "As Palavras" são bem inusitados e de certa forma, nos instigam. Camadas e camadas nos vão sendo reveladas e aos poucos nos perdemos entre ficção e realidade e este é, com certeza, seu primeiro grande acerto. Ao início, vemos um autor de sucesso, Clay Hammond (Dennis Quaid), em uma noite de gala, apresentando seu mais novo livro para a imprensa: "The Words". Assim, nos adentramos a trama narrada por Clay, sobre a vida de um autor fracassado chamado Rory Jasen (Bradley Cooper) casado com Dora (Zoe Saldana), para quem sempre promete uma vida melhor, mas ainda vive às custas de seu pai (J.K. Simmons) justamente por nunca conseguir publicar um livro. Eis que ao comprar uma pasta em uma loja de antiguidades, encontra em seu interior páginas velhas e amareladas de uma história fantástica, jamais publicada. É então que ele vê nesta ironia do destino, sua chance para o sucesso, publicando o livro como se fosse seu, conhecendo a fama e tudo o que sempre sonhou, o que Rory não esperava, porém, é que um estranho senhor (Jeremy Irons) vai ao seu encontro, dizendo ser o verdadeiro autor do livro e decido a lhe contar as verdades por trás daqueles palavras.


quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Crítica: Garota Fantástica (Whip It, 2009)

Além de atriz, Drew Barrymore, desde muito tempo, tem participado da produção de diversos filmes e "Garota Fantástica", lançado em 2009, marca sua estreia como diretora. Apesar de não ter voltado na função, ela demonstra aqui um talento notável, realizando uma obra simples, mas extremamente divertida, cool, que difere e muito do que já foi feito no cinema independente norte-americano, justamente por trazer em sua alma algo que carece no gênero, autenticidade.

por Fernando Labanca

Baseado no livro "Derby Girl" de Shauna Cross, que também roteiriza o filme, conhecemos a trajetória de Bliss Cavendar (Ellen Page), uma jovem que vive numa cidadezinha do interior dos Estados Unidos, trabalha numa lanchonete beira-de-estrada e não tem muitos sonhos para o futuro, até porquê se vê forçada a participar dos concursos de beleza que sua mãe (Marcia Gay Harden) tanto ama e que ela não consegue ver sentido algum. Até que, certo dia, ao visitar uma cidade vizinha, descobre a existência daquilo que poderia ser sua salvação, o roller derby. Esporte que ganhou popularidade na década de 70, mas ressurge como o grande entretenimento daquele local, uma competição formado apenas por equipes femininas, que requer velocidade, força e muito contato físico, e tudo em cima de um patins. Fascinada por aquele universo, Bliss forja sua idade para conseguir competir dos torneios e esconde de sua mãe, que jamais aceitaria o fato de que sua grande habilidade estaria na patinação.


quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Crítica: The Rover - A Caçada (The Rover, 2014)

Em 2010, o diretor australiano David Michôd ganhou notoriedade por sua surpreendente estreia no premiado longa "Reino Animal". Quatro anos depois, ele retorna com "The Rover" e mais uma vez, prova ser um cineasta competente, que merece atenção. É um trabalho admirável, seco e lento, porém, belíssimo e hipnotizante.

por Fernando Labanca

Este seu segundo filme poderia muito bem receber o título do primeiro: "Reino Animal". Michôd, que também assina o roteiro, ao lado do ator Joel Edgerton, parece ainda ter um interesse sobre este mundo pós-apocalíptico, onde numa sociedade degradada, sem lei, seus personagens caminham sem rumo, de certa forma, buscando alguma ordem no caos, algum resquício perdido de humanidade. É também um pouco sobre adaptação e sobrevivência, desses seres que agem como animais, que matam para não morrer, É neste mundo caótico que vive Eric (Guy Pearce), que sem ter mais nada a perder, parte em busca de uma perigosa gangue que roubara seu único pertence, seu carro. Essa mesma gangue, após um incidente, acaba deixando para trás um de seus membros feridos, o jovem Rey (Robert Pettinson), que abandonado, decide ajudar Eric em sua jornada, pois era o único que sabia exatamente o paradeiro de seus comparsas.


sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Crítica: Interestelar (Interstellar, 2014)


Christopher Nolan é um dos cineastras mais ambiciosos de nosso tempo, é de surpreender a maneira triunfante como ele retorna a cada novo trabalho, mesmo depois de grandes produções como "A Origem" e a trilogia do Batman, ele se mostra, mais uma vez, incansável, sempre disposto a fazer o melhor, o maior e mais impactante. "Interestelar" é grandioso, é também, sua obra mais pretensiosa e a mais corajosa que ele chegou a realizar em todos esses anos.

por Fernando Labanca

Trata-se de uma ficção científica, e das boas. Um raro exemplar de um gênero que há muito tempo não nos apresentava algo tão original, e ao mesmo tempo, tão clássico, tão épico. Christopher Nolan, que nitidamente teve grandes inspirações em "2OO1: Uma Odisséia no Espaço" (1968) de Stanley Kubrick, realiza um trabalho memorável, que nos presenteia com sequências milimetricamente bem elaboradas, que respeita a sétima arte, respeita o público. Me fez lembrar de um cinema mais puro, mais limpo, onde a cena nos permite compreender a ação, e por isso, nos dá tempo e a chance de apreciar cada instante. E por esses elementos, vejo a direção de Nolan como sendo tão corajosa, simplesmente por ele ter tido a ousadia de construir, em pleno 2014, numa época onde o 3D e os efeitos especiais dominaram as super produções, algo que remetesse aquelas produções mais antigas, chega a ser nostálgico a beleza das cenas, sem exageros visuais, tudo é muito real, e por isso, mais interessante, mais bonito. O filme se difere também pela importância que o roteiro dá para seus personagens e para os diálogos, logo que, mais do que um sci-fi, "Interestelar" se firma como um poderoso drama, que carrega durante toda sua trama uma forte e intensa carga emocional.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Crítica: Cinema, Aspirinas e Urubus (2005)

Longa de estreia do diretor Marcelo Gomes, o filme fez parte da Mostra "Um Certo Olhar" de Cannes em 2005, além de ter vencido diversos prêmios, inclusive os principais no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. É, com certeza, e isso fica nítido nos primeiros minutos, umas das obras mais incríveis que o cinema nacional lançou desde sua "retomada".

por Fernando Labanca

No ano de 1942, acompanhamos Johann (Peter Ketnath), um alemão que fugiu da Segunda Guerra Mundial e veio parar no sertão nordestino como vendedor de aspirina, até que conhece Ranulpho (João Miguel) no meio do caminho, que pretende chegar no Rio de Janeiro à procura de trabalho. Já que estava por ali mesmo, Ranulpho decide ajudar o estranho nas vendas, parando em algumas cidades do interior e exibindo filmes promocionais do remédio, para uma população que desconhecia o cinema. Deste encontro, nasce uma amizade, entretanto, diante de tudo o que acontecia no país da época, alguns de seus planos passam a ser alterados.

A arte de saber contar uma história. Até mesmo no cinema, nem todos detém deste poder, desta grande sabedoria. O grande trunfo de "Cinema, Aspirinas e Urubus" é justamente este, saber contar uma história, sem a necessidade de grandes reviravoltas ou conflitos, sem a necessidade de exageros ou diálogos forçados, tudo acontece de uma maneira deliciosamente natural, a trama flui a partir do momento em que temos dois personagens bem definidos, e a história depende unicamente deles. Mesmo tendo o sertão nordestino como cenário, Marcelo Gomes em nenhum momento ignora a seca ou qualquer problema social que exista no local, esta informação vem intrínseca, mas não deixa de ser apenas um pano de fundo, ele está mais interessado em seus protagonistas e nesta relação que nasce entre eles. E neste road movie, viajamos ao lado de Ranulpho e Johann, conhecemos seus sonhos, seus medos e a busca constante por uma vida melhor, através de diálogos que surgem quase como um improviso e de situações absurdamente naturais. O filme nos expõe esta genuína beleza de uma amizade, da rotina, da vida, a genuína beleza do cinema e o encantamento que nos desperta ao ver os olhos daquela população humilde ao ver imagens numa tela grande, mais do que isso, aquele êxito em conseguir contar uma história sem o uso de grandes artifícios, é bom porque é bom, apenas.


quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Crítica: Magia ao Luar (Magic In The Moonlight, 2014)

Como todo ano que passa, este não poderia faltar um filme de Woody Allen. O título da vez é "Magia ao Luar", protagonizado por Colin Firth e Emma Stone. Assim como algumas de suas obras anteriores, como "Escorpião de Jade" (2001) e "Scoop" (2006), Allen volta a flertar com a fantasia em mais uma deliciosa comédia romântica. É mais um daqueles momentos descompromissados do diretor, leve, gostoso de ver, mas que aos poucos, prova ser bastante reflexivo e tão bom quanto seus trabalhos anteriores.

por Fernando Labanca

Nos palcos, Stanley (Colin Firth) é um renomado ilusionista conhecido como Wei Ling Soo, fora dele, na vida real, é um cético rabugento incapaz de acreditar em qualquer coisa que não se tenha provas de sua existência, por isso sempre é convidado a desmascarar charlatões que ganham dinheiro em cima de inocentes que creem no além. É então que, atendendo o pedido de um amigo (Simon McBurney), viaja até o sul da França para desmascarar a bela e jovem norte-americana Sophie (Emma Stone), que tem chamado a atenção de uma família rica devido aos seus dons como médium, capaz de falar com os mortos e desvendar o passado de qualquer pessoa. Entretanto, quanto mais tempo Stanley passa ao lado de Sophie, mais difícil se torna acreditar em sua farsa, mais impossível ainda, passa a ser renegar seus encantos.


quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Crítica: Mesmo Se Nada Der Certo (Begin Again, 2014)

John Carney é um musico irlandês que ganhou notoriedade no mundo do cinema ao dirigir o longa "Apenas Uma Vez" (2007), sucesso no Festival de Sundance e que acabou ganhando o Oscar de Canção Original. "Mesmo Se Nada Der Certo" marca seu retorno e chega com aquela expectativa sobre como seria seu novo trabalho, agora em Hollywood. A verdade é que a espera valeu muito a pena. Trata-se de um filme encantador, que nos inunda de ótimas vibrações, que preenche a alma, que é tão bom e tão gostoso de ver que chega até ser um exagero. Com certeza, uma das experiências mais incríveis que tive no cinema este ano.

por Fernando Labanca

Gretta (Keira Knightley) é uma compositora que se muda para Nova York, ao lado de seu namorado (Adam Levine), um cantor em ascensão. Não demora muito até ela descobrir uma traição, culminando no fim do relacionamento e a deixando sem rumo nesta cidade que desconhece. Desiludida, busca abrigo com seu amigo e também cantor Steve (James Corden) que ganha a vida cantando em bares, onde, certa vez, a faz subir no palco e cantar uma de suas composições. É neste instante, que a vida de Gretta se depara com a vida de Dan (Mark Ruffalo), um fracassado produtor musical, recém demitido e sem planos futuros, que vê em sua voz uma chance de recomeçar. Juntos, decidem apostar na carreira musical de Gretta, e para gravar uma demo, montam uma banda aos improvisos, e passam a gravar uma canção em cada canto da cidade.


quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Crítica: Garota Exemplar (Gone Girl, 2014)

Produzido por Reese Witherspoon e baseado no livro de Gillian Flynn, que também assina o roteiro, "Garota Exemplar" é mais um interessante trabalho do diretor David Fincher, que constrói um suspense inteligente, intrigante e surpreendente, onde ninguém sairá ileso da sessão.

por Fernando Labanca

Nome por trás de obras como "Clube da Luta" e "Seven", David Fincher tem trilhado um caminho admirável em Hollywood, e nos últimos anos tem se especializado no suspense investigativo, onde o diretor parece ter se "encontrado" no gênero. E seguindo quase como uma fórmula, o diretor resgata boas ideias da literatura e as adapta de uma forma muito única na tela. Ainda que suas obras sejam muito distintas, todas parecem seguir o mesmo intuito. "Zodíaco", "A Rede Social", "Millennium" e agora este, "Garota Exemplar", todos tem uma investigação como premissa, seja do paradeiro de um serial killer, seja a investigação por trás do sucesso - ou fracasso pessoal - do criador do facebook. Cada um, a sua maneira, Fincher usa da investigação, do suspense, do mistério, para revelar a complexidade da mente humana, ele nem sempre está interessado nos eventos ou consequências, seu interesse maior está naquele que age, no suspeito, na vitima, seja na mente por trás de um crime, seja na mente por trás de uma criação.

É assim que "Garota Exemplar" começa. O marido, enquanto acaricia sua amada esposa, se pergunta o que há em sua mente e se mostra disposto a fazer de tudo para compreender o que há naquele olhar e no silêncio que nada revela. Amy Dunne, interpretada por Rosamund Pike, é uma das personagens mais enigmáticas que Fincher já trouxe para os cinemas e o mistério do que há por trás desta mulher é o que guia a trama, é o que nos prende neste ótimo suspense, longo, mas que provavelmente você não sentirá os minutos passarem.


quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Crítica: Se Nada Mais Der Certo (2008)

Dirigido por José Eduardo Belmonte, "Se Nada Mais Der Certo" é mais um daqueles dramas nacionais que passam despercebidos pelo público, que se o acharem, acredito eu...terão uma grata surpresa. Um filme brilhante, extremamente bem conduzido, que choca por suas ideias e seus diálogos e encanta por sua poesia, pela natural beleza que consegue extrair de cada cena.


por Fernando Labanca

No caos de São Paulo, vivem esses seres, perambulando pelas ruas, vivendo uma rotina banal, sem rumo, Léo (Cauã Reymond) é um jornalista que tem sérios problemas financeiros e para piorar, divide seu apartamento com uma amiga, a depressiva Ângela (Luiza Mariani) e seu pequeno filho de seis anos. Até que certa noite, em uma badalada casa noturna, Léo conhece Marcin (Caroline Abras), que apesar de se vestir como homem e agir como mulher, prefere não definir seu sexo. Não demora muito até que Marcin lhe apresente um antigo amigo, o taxista Wilson (João Miguel), que acredita ter problemas mentais. Juntos, Léo, Marcin e Wilson começam a trocar experiências, revelam seus medos e a vulnerabilidade que sentem ao viver neste sistema sem lógica do país, é então que decidem fazer algo, por dinheiro, por uma chance de terem uma vida mais digna, começam a planejar alguns golpes, sem jamais imaginarem que esta ligação que nasceria entre eles seria tão profunda e tão afetuosa.


quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Crítica: Será Que? (What If, 2013)

Baseado na peça canadense "Cigars and Toothpaste" de T.J.Dawe, "Será Que?" se mostra, aos poucos, uma comédia romântica interessante, ainda que nunca negue alguns clichês, consegue se diferenciar de tantas que existem por aí, além de contar com atuações de Daniel Radcliffe e Zoe Kazan como o casal protagonista,  que encantam e fazem a sessão valer a pena.

por Fernando Labanca

A trama não é nada incrível. Conhecemos Wallace (Radcliffe) que após ser traído por sua namorada, permanece um ano sozinho, sem jamais saber como seguir em frente. Até que em uma festa organizada por seu amigo Allan (Adam Driver), ele conhece Chantry (Kazan), é então que ele sente que este é, enfim, o momento para tentar algo novo, pois se trata de uma garota adorável e que possuí muitos gostos em comum com ele. Não demora muito até Wallace descobrir que ela tem um namorado, situação que o coloca em um grande dilema: continuar amigo, logo que se dão extremamente bem, ou estragar a amizade contando a verdade, contando sobre seu real sentimento por ela. E assim, ambos seguem nesta relação amigável, Wallace sempre esperando algo a mais e Chantry que se torna cada vez mais confusa sobre o que deseja em sua vida, pois a natural afinidade que constrói com seu novo amigo acaba abalando sua relação com seu atual namorado.


sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Crítica: De Repente Pai (Delivery Man, 2013)

Vemos aqui, Ken Scott dirigindo o remake de seu próprio filme, o canadense "Meus 533 Filhos" de 2011. Sou extremamente contra à essas refilmagens de filmes recentes, não sou muito fã de comédias com Vince Vaughn, pelo simples motivo dele sempre fazer o mesmo papel, não fui com a cara deste poster nem de seu título, com mais uma tradução nacional patética. O que me fez querer escrever sobre a obra? Ela pegou todos esses meus preconceitos e ao seu final, me provou o quão errado eu estava. Enfim, por trás de tudo isso que escrevi acima, encontrei algo que me surpreendeu, um filme que é exatamente o que não perece ser...bom.

por Fernando Labanca

Conhecemos David Wozniak (Vaughn), um cara comum que trabalha como entregador de carnes, que sempre se esforçou para ter uma vida boa com uma graninha extra, por isso, chegou a realizar coisas bizarras como quando, anos atrás, doou esperma para uma clínica de fertilização. O grande problema começa quando lhe chega a informação de que gerou a vida de 533 pessoas, onde dezenas delas, já crescidas, decidem que enfim querem conhecer o tal pai biológico. Com a ajuda de seu amigo e advogado Brett (Chris Pratt), David entra na justiça para que sua imagem continue em sigilo, no entanto, ao receber a notícia de que sua namorada (Cobie Smulders) estava grávida, encontra em si, este desejo de ser pai, é então que passa a entrar em contato com alguns desses seus filhos, sem que eles saibam a verdade, conhecendo suas personalidades e procurando preencher algum vazio que a vida tenha lhes deixado.


sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Especial - Os atores mais promissores da atualidade


Há alguns anos atrás fiz um post aqui no blog sobre as "novas faces de Hollywood", resolvi dar uma retomada no tema e fazer uma lista sobre essa nova geração de atores que tem surgido, talentos promissores que merecem algumas apostas. Alguns já atuam há um bom tempo, mas apenas agora tiverem um grande destaque, outros são apenas nomes que pelo que tenho analisado tem tudo para se manterem, seja pelos bons filmes que fizeram, seja pelos projetos futuros.

por Fernando Labanca

Com vocês, (ao meu ver) os atores mais promissores da atualidade...

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Crítica: Um Estranho no Ninho (One Flew Over the Cuckoo's Nest, 1975)

Mais um para a sessão "filmes que não sei porque não vi antes", "Um Estranho no Ninho" é, com certeza, um clássico, uma obra fantástica, atemporal, que sobreviveu durante todos esses anos e tem potencial para se manter na memória daqueles que assistem. Venceu o Oscar por Melhor Filme, Diretor, Ator, Atriz e Roteiro Adaptado. 

por Fernando Labanca

Baseado no livro de Ken Kesey e produzido pelo ator Michael Douglas, o longa nos apresenta Randle McMurphy (Jack Nicholson), um cara preguiçoso e que devido a alguns surtos de agressão, é retirado da prisão, da qual já havia passado várias outras vezes, para ser tratado e observado em um sanatório. Ciente de que não possui problemas mentais, McMurphy passa a usar o local para desfrutar de sua liberdade, ser o louco que eles procuram, além de incentivar e persuadir seus colegas internos a ir contra à ordem vigente, questionar os medicamentos e a rotina que levam ali dentro. No entanto, seus atos revolucionários se chocam com o pensamento conservador da enfermeira Mildred Ratched (Louise Fletcher), que não pretende facilitar a jornada de McMurphy no local.


quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Crítica: Jersey Boys - Em Busca da Música (Jersey Boys, 2014)

Desde quando li as primeiras notícias sobre o musical que Clint Eastwood dirigiria, tive meus receios. O veterano que já realizou grandes obras resolveu arriscar no gênero que é tão improvável em sua carreira, tão distante daquilo que ele construiu até aqui. E esta é a beleza de "Jersey Boys", esta é a beleza de seu mais novo trabalho, se arrisca e nos presenteia com este filme que é tão diferente, não um mero musical, é um drama competente, um filme digno de Eastwood.

por Fernando Labanca

Baseado no musical da Broadway, "Jersey Boys" revela a trajetória da banda Four Seasons, que fez sucesso nos anos 60. Descobrimos como os quatro membros, Frankie Valli (John Lloyd Young), Tommy DeVitto (Vincent Piazza), Bob Gaudio (Erich Bergen) e Nick Massi (Michael Lomenda) se reuniram para a formação do grupo. Frankie, desde jovem, foi conhecido em seu bairro por seu talento na música, chamando atenção, inclusive, do mafioso Gyp DeCarlo (Christopher Walker), com quem Frank jamais acreditou precisar, até que anos depois, com o sucesso de sua banda, os dois se reencontram devido às grandes dívidas criadas por Tommy. "Jersey Boys" é sobre como o grupo conheceu a fama, mas também sobre como eles conheceram a decadência, parte pelo temperamento difícil e das irresponsabilidades de Tommy DeVitto, mas principalmente, pela busca de cada um, seguindo seus interesses pessoais.


sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Crítica: Sob a Pele (Under the Skin, 2013)

Novo longa dirigido por Jonathan Glazer (Reencarnação, 2004), fez bastante burburinho há alguns meses atrás quando imagens da atriz Scarlett Johansson nua apareceram na internet. Infelizmente, sei que grande parte do público foi atrás da obra por causa de sua presença, o que provavelmente saíram bem frustrados. Não se trata de algo comum na carreira de Johansson, é um sci-fi extremamente original que se difere e muito do é lançado. Evocando o cinema de Stanley Kubrick, o que vemos é uma obra nada convencional, que possui cenas inquietantes, visualmente chocantes.

por Fernando Labanca

Penso que um dos grandes erros da divulgação de "Sob a Pele" foi logo em sua sinopse. Em todos os sites já nos entregam o fato da protagonista ser uma alienígena. É uma pena. Este detalhe poderia ser a grande surpresa de seu final e durante sua projeção, esta dúvida no público poderia ter sido a grande força da obra. Infelizmente, começamos o filme já sabendo disso, pois sim, Scarlett Johansson interpreta uma alienígena que perambula pelas ruas da Escócia a procura de uma presa, homens livres e de boa aparência, para se alimentar, sem lamentar, com a frieza de um serial killer. Tudo muda quando se depara com um homem incomum. É então que começa a se sentir mais humana, e como consequência disso, se torna mais frágil.


sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Crítica: Planeta dos Macacos - O Confronto (Dawn of The Planet of the Apes, 2014)

Continuação da obra de 2011, desta vez sob a direção de Matt Reeves (Cloverfield, Deixe-me Entrar), o filme surpreende, não só por ser melhor que o primeiro - que já era ótimo - mas por ir muito além do que esperamos de uma sequência. É um blockbuster que se difere de tudo o que tem se produzido em Hollywood, mais do que efeitos especiais de qualidade, o que vemos é algo impactante, um roteiro bem elaborado, que finalmente consegue construir personagens marcantes, que nos prende e nos faz sentir diversas sensações. "O Confronto" chegou aos cinemas sem muitas pretensões e acabou se firmando com umas das melhores surpresas do ano, que diverte sem jamais subestimar seu público. 

por Fernando Labanca

Dez anos depois dos acontecimentos do primeiro filme, o vírus criado no laboratório se espalhou pelo mundo e devastou grande parte da população devido à conhecida "gripe símia". Os macacos, liderados por César, convivem em harmonia numa floresta próxima à San Francisco. Eis que um grupo de sobreviventes surge no local, decididos a reativar uma antiga usina para levar energia para o resto dos humanos. Com isso, ele passam a conviver com os símios, construindo uma relação de confiança. Os conflitos começam a surgir quando nem todos os humanos acreditam no estranho clima amistoso daquela comunidade, e nem todos os macacos acreditam que aquelas pessoas sejam capazes de criar alguma relação pacífica, sem a intenção de uma batalha por território. Assim pensa Koba, um dos símios, que não aceita a amizade de César com os sobreviventes e não aceita que humanos invadam seu espaço, sempre acreditando que para a evolução de uma raça seria necessário a extinção da outra.


sexta-feira, 25 de julho de 2014

Crítica: Amor Fora da Lei (Ain't Them Bodies Saints. 2013)

David Lowey dedicou grande parte de sua carreira no cinema como editor - em obras como o recente "Upstream Color (2013)" - e podemos afirmar que está seguindo um caminho interessante como diretor. Não vemos aqui um filme marcante, entretanto, realizado com tanto cuidado que acaba se firmando como um dos bons títulos do western contemporâneo.

por Fernando Labanca

O western, aos poucos, parece reencontrar seu espaço nos cinemas. Os irmãos Coen, ao realizarem o remake "Bravura Indômita" provaram o quão o gênero ainda poderia mostrar e Andrew Dominik trouxe, de forma única, a beleza que a sétima arte pouco viu nos últimos anos, com seu magnífico "O Assassinato de Jesse James Pelo Covarde Robert Ford", onde Lowey parece ter buscado alguma inspiração. Destaques da obra, sua montagem e a fotografia - no qual venceu o prêmio no Festival de Sundance ano passado - remetem aos trabalhos de Terrence Malick, que desde o início de sua carreira, soube, como ninguém, revelar a beleza do campo, e mais do que isso, revelou o cinema como um instante de pura contemplação. "Amor Fora da Lei" é mais uma chance do western no cinema contemporâneo, e bebendo das fontes certas acaba por realizar um filme interessante, se apropriando bem de suas referências, e por fim, construindo uma obra original.

O trama acontece no Texas, onde um casal, Ruth (Rooney Mara) e Bob (Casey Affleck) vivem uma vida de crimes, até que são pegos e numa batalha armada, ela acaba ferindo o policial Patrick (Ben Foster). Bob decide levar a culpa, indo preso, para salvar a pele da mulher que ama, que por sua vez, está grávida. Anos depois, ele foge da prisão e tem como único intuito, reencontrar Ruth, entretanto, muitos percalços aparecerão para impedi-lo. Enquanto isso, ela tenta seguir com sua vida, cuidando da pequena filha, sempre à espera de vê-lo novamente, até que o policial Patrick começa a visitá-la, oferecendo proteção e dando indícios de um novo começo.


sexta-feira, 18 de julho de 2014

Crítica: A Música Nunca Parou (The Music Never Stopped, 2011)

Sucesso no Festival Sundance, "A Música Nunca Parou" fora baseado no livro "O Último Hippie" de Oliver Sacks. E assim como os excêntricos casos do famoso neurologista, a trama acompanha a jornada de um pai em recuperar as memórias do filho através das canções que embalaram os anos 60. E Entre Bob Dylan, Beatles e Grateful Dead, acompanhamos esta tocante história, extremamente simples em seu formato, mas intensamente emocionante.

por Fernando Labanca

Nos anos 50, Henry (JK Simmons), um grande admirador da música, costumava fazer um jogo com seu pequeno filho, Gabriel, onde a cada vez que uma canção tocava ele teria que dizer a que lembrança ela estava ligada. Anos depois, já na adolescência, Gabriel (Lou Taylor Pucci) passou a seguir seus próprios passos, descobriu o rock, passou a questionar o governo e o modo como seus pais viviam, e depois de uma briga com seu pai, decidiu fugir de casa. Quase vinte anos depois, ele reaparece no hospital, diagnosticado com um tumor no cérebro, que o tornou num ser irreconhecível, incapaz de ter alguma memória concreta. É então que Henry, no esforço de se conectar novamente a seu filho, passa a apostar novamente na música, acreditando que ela poderia lhe trazer as lembranças de sua vida novamente, ele contrata uma musicoterapeuta (Julia Ormond), que com seus discos de vinil chega a conclusão que Gabriel apenas respondia à estímulos diante das canções que ele ouvia na juventude, diante de suas músicas favoritas ele reascendia, se tornava consciente, novamente vivo.


sexta-feira, 11 de julho de 2014

Crítica: O Primeiro Amor (Flipped, 2010)

Dirigido por Rob Reiner, nome por trás de alguns clássicos do cinema como "Conta Comigo" e "Harry e Sally", o filme fora baseado no livro de Wendelin Van Draanen e lançado diretamente nas locadoras aqui no Brasil. É daqueles que você nunca ouviu falar, assisti sem querer e acaba se apaixonando.

por Fernando Labanca

A obra segue aquela antiga ideia de que o primeiro amor ninguém nunca esquece. Acompanhamos, então, este encontro, entre duas crianças e como aquele sentimento definiu parte de suas vidas. Vemos sob o ponto de vista de cada um, do garoto, Bryce Loski (Callan McAuliffe) e como ele sempre rejeitou a presença de sua nova vizinha, Juliana Baker (Madelina Carcoll), que por sua vez, o achava incrível e sempre arranjava maneiras de estar perto. Tudo muda quando Chet (John Mahoney), avô de Bryce, muda para sua casa, e não demora muito até que ele se aproxime de Juliana, devido sua dedicação pela jardinagem, nascendo ali uma inusitada amizade, e fazendo com ela esteja ainda mais presente na vida de Bryce, e são nesses instantes em que ele começa a vê-la com outros olhos, e o mesmo acontece com Juliana, o problema é que seus sentimentos passam a ser o oposto, compreendendo aos poucos que talvez o jovem rapaz não fosse tão incrível quanto ela acreditava que era.


sábado, 5 de julho de 2014

Crítica: O Homem Duplicado (Enemy, 2014)

Dirigido por Denis Villaneuve (Incêndios, Os Suspeitos), o filme fora baseado no livro de José Saramago e tem causado algumas discussões sobre sua trama confusa e seu final "mind blow". De fato, se trata daquelas obras que terminam e deixam um rastro de perguntas e nos faz revirar a mente tentando encontrar respostas ou alguma interpretação lógica para toda aquela loucura apresentada. Um suspense psicológico intrigante e extremamente bem conduzido.

por Fernando Labanca

Adam Bell (Jake Gyllenhaal) é um professor de história, que vive uma vida solitária e sem grandes emoções. Mantém uma relação com Mary (Mélanie Laurent), mas sem nenhum compromisso. Eis que numa noite qualquer, assistindo a um filme, percebe que um dos figurantes é exatamente como ele, e curioso pelo estranho acontecimento, começa a pesquisar sobre este ator e sobre a existência desconhecida de seu sósia, nascendo, então, uma obsessão por este homem. Do outro lado, Anthony (Gyllenhaal) é um ator que de início se assusta com a presença de seu duplo, mas não demora muito até perceber que pode tirar alguns proveitos desta situação.


sexta-feira, 27 de junho de 2014

Crítica: A Culpa é das Estrelas (The Fault in Our Stars, 2014)

Adaptação do best seller de John Green, "A Culpa é das Estrelas" poderia até ser só mais uma trama sobre a adolescente com câncer que acaba se apaixonando. Sim, de certa forma, é mais uma sim. Entretanto, a trama acaba trazendo algumas mudanças nesta história tão batida, traz ideias inteligentes e bastante reflexivas. E mais do que tudo isso, tem o grande mérito de ser uma ótima adaptação, onde depois de muitas tentativas frustradas de ler e ver o filme, finalmente vejo uma obra que respeita não só o texto original, mas as sensações e a emoção que o livro trazia.

por Fernando Labanca

Hazel Grace (Shailene Woodley) é uma jovem que já convive com o câncer há alguns anos. Já se acostumou com a ideia de morrer e de que alguma hora tudo irá acabar, de repente, magoando aqueles que a cercam, como seus pais. E por causa deles, decide encarar um grupo de apoio ao lado de jovens que passam pela mesma fase complicada de sua vida. É lá que acaba conhecendo Augustus Waters (Ansel Elgort), um garoto galanteador e carismático. A amizade surge fácil e logo se apaixonam, mesmo que ambos tenham uma visão diferente sobre a doença, porém Hazel desde o início o alerta, é uma granada e a qualquer momento poderá explodir, mas nada faz com que ele se afaste, ainda mais quando Gus decide realizar o grande desejo de Hazel, encontrar com o autor de seu livro favorito e ter finalmente as respostas sobre a história que nas páginas não houve um fim.


sexta-feira, 13 de junho de 2014

Especial 400ª Postagem: Natalie Portman


Como o de costume aqui no blog, não poderia deixar de fazer um post especial para uma comemoração. Neste caso, celebro a 400ª postagem do Cinemateca (ainda que este número já tenha passado há algumas semanas!). Para isso, resolvi escrever um pouco sobre esta musa do cinema, no qual admiro muito desde que era mais novo, desde a época em que ela nem era um nome forte em Hollywood, Natalie Portman, que aliás, completou 33 anos nesta semana (09/06). Pois bem, hoje ela é isso, um nome a ser notado, uma atriz admirada por muitos, com seu talento inegável e um Oscar em sua prateleira, Natalie é, com certeza, uma das melhores atrizes da atualidade.

Por Fernando Labanca

Natalie Portman é uma atriz bastante versátil, de comédias descompromissadas como “Sexo Sem Compromisso” (2011), produções milionárias como “Thor” (2011) até filmes mais cultuados. Ganhou notoriedade na “nova” saga de “Star Wars” interpretando Padmé Amidala, mas foi em meados de 2004, com o lançamento de “Closer”, que provou de vez seu talento. Alguns anos depois chocou muitos com sua forte interpretação em “V de Vingança” (2006), mas foi em 2010 que Natalie conseguiu enfim, seu espaço merecido, seu reconhecimento, com “Cisne Negro”, de Darren Aronofsky, no qual ganhou o Oscar de Melhor Atriz.

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