quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Crítica: 127 Horas (127 Hours, 2010)


Depois de um tempinho fora, voltei ao Cinemateca, e de cara já com um bom filme para comentar.


Por Bárbara

127 Horas, de Danny Boyle, na minha humilde opinião, não é bom o suficiente para ser indicado ao Oscar, porém é um belo filme, que te fazer pensar horas a fio depois de tê - lo assistido.
O longa conta a história real de Aron Ralston (James Franco), um jovem aventureiro de 28 anos, que em 2003, ficou com o braço preso em uma rocha numa fenda conhecida como Blue John, em Utah. Costumado a sair para as suas expedições quando lhe dava na telha, Aron não disse a ninguém onde ia e saiu sem atender as ligações de sua mãe.

Chegando no local, antes de ficar preso, conheceu duas garotas, Megan (Amber Tamblyn) e Kristi (Kate Mara), que ajudou a chegar no local onde elas queriam explorar. Depois disso, quando Aron ia passar por uma fenda, uma rocha rolou e prendeu seu braço.

Imediatamente, ele tenta se soltar e pedir socorro, mas ele estava completamente sozinho naquele lugar.As horas foram passando, a exaustão, o frio, a fome e principalmente a sede estavam acabando com Aron. Chegou um momento, em que ele não tinha nada para beber e teve que tomar a própria urina, se lembrando com tristeza que trouxe duas garrafas de bebida isotônica, e que uma delas ainda estava no carro. Ainda que estivesse desesperado, Aron conseguiu manter o bom humor, mostrado em uma das melhores cenas do filme: ele entrevistando a si próprio, se lembrando que se tivesse atendido a ligação da mãe ou ao menos tivesse avisado alguém para onde iria, era somente uma questão de tempo para ele ser resgatado.

Enquanto passava as horas preso, gravava mensagens a família, falando como ele estava e de certa forma, se despedindo. Entre lembranças, delírios e alucinações, o que fez Aron lutar pela sua vida foram a visão de ser pai, a lembrança de ser criança e a saudade da família. Então, Aron teve que tomar uma atitude drástica...

Um dos melhores filmes do ano, na minha opinião..mas volto a ressaltar que pra mim, não era um filme de Oscar.É um belo filme, mas quando acaba o espectador fica com aquela cara de "tá, e daí?" e nunca sabemos o por que de Aron ser tão distante da família e tão individualista. Nunca fica claro por que ele terminou o relacionamento com Rana (Clemence Poesy) e pra mim, não tem como simpatizar ou torcer por um personagem tão raso. Já a Academia pensa diferente, né?? Fazer o quê...histórias de superação são as preferidas deles...basta prestar atenção até mesmo em alguns concorrentes de 127 Horas, como por exemplo O Discurso do Rei - superação da gagueira do rei George VI e O Vencedor - superação do boxeador contra os seus adversários e contra a própria família...

Se conhecendo um pouco do trabalho de Danny Boyle eu tinha quase certeza de que viria algo bom, com James Franco não foi a mesma coisa. Eu simplesmente queimei a minha língua feio com esse cara aí. Depois de muitos filmecos "teen" (Ela é Demais, por exemplo) e de dar vida ao mala sem alça Harry Osborn na primeira trilogia do Homem-Aranha, finalmente ele mostrou que não está em Hollywood a passeio...Se bem que a minha admiração por ele já vinha se aflorando desde Milk - A Voz da Igualdade, mas agora ela se consolidou! O cara está fantástico!
Eu sei que o Oscar vai para Colin Firth ou Jeff Bridges (quando a Academia gosta de um ator, chega a irritar), mas justiça seja feita, bem que poderia ir para James esse ano. Ele não interpretou Aron Ralston, ele FOI. A presença do Aron Ralston real no final do filme prova isso.


Sem mais delongas, é um filme que merece ser visto e lembrado. E a música-tema, If I Rise é simplesmente maravilhosa. Recomendo!

Nota: 8

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