segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Crítica: Te Amarei Para Sempre (The Time Traveler's Wife, 2009)


Demasiadamente simples. Exageradamente dramático. Surpreendentemente encantador!


por Fernando

Baseado na obra de "A Mulher do Viajante do Tempo", de Audrey Niffenegger, nos trás a bela história de amor entre uma garota qualquer e um homem, que é aparentemente normal, a não ser por um pequeno detalhe, ele viaja constantemente no tempo. O grande conflito do filme é esse, como um amor, por mais forte que seje, pode superar as idas e vindas e os constantes desencontros de uma paixão eternamente instável.

Henry De Tamble (Eric Bana) vive dessa maneira inusitada, quando menos espera, está em outro lugar em outra época. Descobriu esse seu "dom" aos seis anos de idade em um acidente de carro, onde segundos antes do acontecimento, ele desaparece, deixando sua mãe morrer drasticamente. Naquele momento, ele havia viajado no tempo, pela primeira vez e desde então nunca parou. Era apenas uma criança, evitar aquele acidente era impossível, esse seu poder lhe salvou a vida, mas vive com a mágoa de mesmo podendo viajar no tempo, simplesmente não consegue mudar a rumo de nenhuma história, não podendo, de forma alguma, voltar atrás e salvar a vida de sua mãe.

Tenta viver da melhor forma possível, por mais difícil que isso seja. Do nada, ele viaja, seu corpo desaparece e surge em outro ambiente, sem roupas, logo, seu objetivo é caçar qualquer outra roupa, sendo preso constantemente. Ou seja, já não bastasse esse dom incontrolável, ainda tem que passar por essa humilhação.





Até que certo dia, ele encontra Clare Abshire (Rachel McAdams), uma talentosa artista plástica que diz conhecê-lo de outra época. E junto com ela, Henry vai recordando seus passos e descobrindo suas futuras viagens na vida da bela moça. Segundo ela, eles se conheceram no jardim da casa dela, ela era apenas uma criança, ele já era adulto, estava prestes a se casar, mal ela sabia que era com ela mesma, só que no futuro. O último encontro deles foi quando Clare era adolescente e finalmente se reencontraram novamente, mas agora eles decidem ficar definitivamente, esquecendo os obstáculos, suportando essa vida tão diferente das demais. Clare sempre foi completamente apaixonada por ele, desde criança esperou por esse momento.


Os dois se casam, numa divertida sequência, onde Clare acaba dividindo a cerimônia com Henry do presente e Henry do futuro. Ambos se envolvem completamente nessa loucura. Ele não para de viajar, algumas vezes se encontra com ela no passado, outras, com ela no futuro. Até que nessas idas e vindas incontroláveis, Clare se descobre nem tão forte assim, os anos vão passando, ela vai envelhecendo e ele viajando, é quando ela começa a refletir que é impossível viver dessa maneira, viver esperando por alguém que nunca chega, ou que some quando mais precisa, sem data para retorno. Outros conflitos surgem, como quando ela engravida, mas misteriosamente o feto desaparece, ela perde o filho, mas acaba engravidando o Henry do futuro que chega para sua felicidade e pela primeira vez, ele consegue mudar o rumo de algo. O problema maior é quando ambos chegam a conclusão que um Henry velho nunca surge, ou seja, o viajante do tempo não é eterno, e uma hora ou outra, quando menos esperarem, seu fim chegará.

Te Amarei Para Sempre, na minha opinião, foi vendido de maneira equivocada, alguém que chega no cinema e se depara com essa capa e com esse nome, acredita estar diante de um filme de romance e basicamente isso, sendo que "A mulher do Viajante do Tempo" descreve exatamente do que se trata o longa, não havendo futuras decepções, de alguém que esperava um filme de romance e se depara com uma história lunática e fantasiosa sobre viagens no tempo. Claro que se trata de romance, isso é óbvio, mas pode decepcionar aqueles que procuram por algo, digamos, mais realista.


O problema do longa de Robert Schwentke (Plano de Vôo) fica na simplicidade. É pequeno no formato, simples demais. Em nenhum momento ousa mais da história inusitada desse casal, os conflitos são resolvidos facilmente e rapidamente discutidos. O filme acaba e ficamos com a sensação de...faltou algo! A história é ótima, tenho que afirmar isso, me conquistou do princípio ao fim, porém poderia ter sido muito mais grandioso, com cenas mais bem elaboradas e diálogos mais profundos.

O roteiro é o forte do filme, uma história diferente sobre amor, mesclando de maneira delicada, fantasia e realidade. As cenas, por mais simples que sejam, tem ótimos visuais, a fotografia do longa é bela, assim como a trilha sonora, que acaba focando mais no instrumental.

Os atores estão bem em cena, principalmente Rachel McAdams. É linda, isso é inegável, mas sua beleza vai além de sua face, tem uma interpretação encantadora, tão suave e extremamente carismática. Eric Bana, sinceramente, nunca o vi tão a vontade em cena, ele que sempre aparenta ser imune de sentimento e expressões, me surpreendeu, parece que se entregou mais a esse personagem, se encaixou melhor, em alguns momentos, parecia estar se divertindo de verdade, o que trás uma segurança maior, logo, que sempre aparenta estar perdido nos filmes.


Recomendo, mesmo para aqueles que não curtam muito filmes de romance. É diferente. Não é nada ousado e nem tão original, mas é divertido. Há cenas que nos levam a uma verdadeira viagem, mergulhamos nessa louca fantasia. É preciso abrir a mente, deixar a imaginação bem fértil e se permitir viajar. Há clichês e frases feitas durante a projeção. Te Amarei Para Sempre é belo, encantador, emocionante em determinadas cenas, nos leva uma experiência divertida, onde várias situação inusitadas e de ótimo gosto nos são apresentadas. Um filme sobre o tempo e a velocidade que ele corre, achamos que tudo é eterno, mas tudo tem seu fim e quando menos esperamos, tudo aquilo que amamos se vai, perdemos, inclusive nossa vida, essa que é passageira e incontrolável.


NOTA: 8

domingo, 15 de novembro de 2009

Crítica: Distrito 9 (District 9, 2009)


Esqueça tudo o que você já viu sobre alienígenas nos cinemas. "Distrito 9" é uma revolução no gênero de ficção científica, um novo ponto de vista brilhante sobre um assunto tão mostrado mas que nunca explorado com tanta ousadia, inteligência e originalidade, acima de tudo.


por Fernando

"Distrito 9" chegou do nada. Pouca propaganda foi feita em cima desse longa, e de repente estava lá, lotando salas de cinema com pessoas que adoram se divertir com vidas inteligentes fora da Terra, mas o que aconteceu, uma surpresa, uma ótima surpresa. Apesar de se tratar mais uma vez de alienígenas, "Distito 9", ou melhor dizendo, um cara chamado Neill Blomkamp resolveu revolucionar esse gênero, tirou a nave de Nova York, fez ela pousar na África do Sul, e mudou toda a história que todos já estavam acostumados a ver.

No início, somos apresentados a um documentário, sobre o caos que a capital da África do Sul se tornou depois de um inusitado acontecimento. Há 20 anos, misteriosamente, uma nave parou nos céus de Joanesburgo, o motivo ninguém sabia, da onde eles vieram, muito menos. A população se assusta e as autoridades do governo decidem se manifestar, tropas militares são enviadas para o alto, lá encontram alienígenas desnutridos a beira da morte, resolvem tomar uma decisão, retiram todos de lá e os levam para uma área que fora isolada, o Distrito 9, exatamente abaixo da nave. Nesse local, rodeado por favelas e um mundo completamente sem lei da África do Sul, eles são abandonados e isolados de todos. O problema é que algumas vezes eles fugiam, destruindo tudo o que viam pela frente, transformando a cidade num caos. Toda essa bagunça é motivo por vários manifestos e durante esses 20 anos, a população luta para que eles sejam levados para outra área e que assim pudessem, enfim, viverem em paz. Entretanto, mesmo sem os alienígenas, a vida dessas pessoas já era um verdadeiro caos, miséria, tráfico, furtos, uma sociedade completamente desumanizada.



Um setor criado pelo governo de pacificar a relação entre alienígenas e humanos decide entrar em ação mais uma vez, após os 20 anos. Criam uma equipe que seria responsável para recolher a assinatura de todas as criaturas, pois se tratava de seres extremamente inteligentes, para assim, recolherem todos eles e enviarem para o Distrito 10, uma área planejada, organizada para a melhoria da vida não só dos alienígenas como também da sociedade em geral. Porém, reunir essas assinaturas não será nada fácil, logo que a relação homem-extraterrestres não andava nada bem. O escolhido para liderar essa missão nada mais é que o genro do presidente da Companhia, Wikus Van De Merwe (Sharlto Copley), uma espécie de queridinho da mamãe e esposo exemplar.


O que Vikus não imaginava é que ao invadir um dos barracos, logo que o Distrito 9 passa a ser nada mais que mais uma favela de Joanesburgo, ele encontra uma espécie de laboratório, pensando em recolher algum material para futuras pesquisas, ele pega um cilindro e descuidadosamente acaba jorrando um estranho líquido em seu rosto. A partir de então, tudo muda. Wikus começa a se sentir mal, estranho, enjoado e quando menos esperava, começa a sofrer uma mutação, se tornando uma espécie de alienígena. Sem entender o que estava realmente acontecendo, Wikus, foge para o único lugar onde não seria descoberto, o Distrito 9. Mas é constantemente perseguido, até que é capturado pela mesma empresa que trabalhava. É torturado, violentado, e por fim, descobre o que realmente havia por trás de toda essa companhia, toda essa estrutura criada pelo governo. Os alienígenas são seres com inteligência acima de qualquer expectativa, há muitos anos foi descoberto que eles comportam armas extremamente violentas e com máxima eficiência, entretanto só funcionam com o DNA de seus criadores, esse setor do governo, nada mais que capturava alienígenas para recuperar esse DNA para utilização das armas de fogo, Wikus passa a ser alvo da companhia, eles passam a depender dele para manusear essas armas. Wikus foge, se torna um monstro, um homem completamente destruído, todos que amava, o abandonam, tudo pelo o que lutou em sua vida chega ao fim, e sua unica esperança são os ET's. Ele se une a eles e descobre que há muito mais por trás de cada barraco, por trás da mente desses alienígenas, há um motivo, um plano estudado durante todo esse tempo prestes a ser executado. E nesse plano, não só a vida dos alienígenas está em jogo, mas também a vida de Wikus.


Neil Blomkamp. Um diretor, acima de tudo, ousado. Recriou o que fora criado sobre os extraterrestres, mudou o ponto de vista. Escreveu e dirigiu essa história fantástica e o que eu escrevi acima não é nem a metade das grandes surpresas que ocorrem durante o longa. O filme nada mais é que produzido por Peter Jackson, o responsável pela franquia "O Senhor dos Anéis". "Distrito 9" é brilhante. Começa com um documentário que permenece em cena durante longos minutos, e a sensação que temos é que seria o pior filme de nossas vidas, mas a história vai chegando aos poucos e quando menos imaginamos, estamos roendo as unhas e torcendo pelos "heróis" do filme. O filme nos hipnotiza, somos fisgados por essa trama tão bem reproduzida e extraordinariamente bem escrita.


Os heróis não são norte-americanos, o cenário não é Nova York. Ponto. O filme chega ao extremo de originalidade, a pergunta é: Por que ninguém foi capaz de pensar e reproduzir isso antes? O personagem principal não é bonitão, machão que enfrenta qualquer coisa, que tem coragem acima de tudo. Ele tem falhas, sente medo, ou seja, é humano. No filme, nada é tão óbvio, nada pode ser previsto, a cada minuto, principalmente depois da metade do filme, o longa nos apresenta uma surpresa. Ás vezes parece que tudo vai dar certo, outras, parace que tudo já era, que é impossível um final feliz. Surpresas positivas não faltam.


Sharlto Copley, o protagonista é incrível. Ator desconhecido, assim como todo o elenco, mas é tão bom no que faz que ele passa a ser uma das boas surpresas do filme. Sua transformação durante o longa vai além dos efeitos e da maquiagem, é presente também em sua brilhante performance. No início, um cara mala, chato, depois, ele cresce, amadurece, passa a temer a vida, temer a cada passo que dá, se torna infeliz e ao mesmo tempo esperançoso, vemos isso em cada expressão, em cada olhar. Sofremos com ele, torcemos por ele.

Muitos dizem que "Distrito 9" é uma representação do Apartheid que ocorreu na África há alguns anos atrás. Sim, pode até haver alguma relação, no filme, também há uma espécie de limpeza étnica. Mas segundo algumas entrevistas de Neill Blomkamp nada mais é que coincidência, sua intensão era apenas entretenimento, que fazer um filme na África é impossível não relatar problemas sociais. Distrito 9 nos expõe alguns problemas sociais ocorridos na África, mas nada mais é que um pano de fundo, seu intuito é divertir.


Palmas para essa super produção, um filme com pouco investimento, mas com esse pouco dinheiro, Neill Blomkamp, Peter Jackson e toda a equipe criam um filme incrível. Há anos em que não se fazia uma ficção científica, que não fosse refilmagem ou uma tentativa frustrante sobre o espaço ou ago do tipo. "Distrito 9" provou que ficção nem sempre se situa no espaço, a Terra também pode ser um ótimo cenário para se criar um filme fora da realidade. Porém o filme é tão bem feito, que a impressão que fica é que se por milagre, algo do tipo acontecesse, seria exatamente da maneira como é exposta no filme. Essa é a verdade, mesmo se tratando de algo, teoricamente impossível de ocorrer, durante os minutos de projeção, simplesmente acreditamos.


NOTA: 9.5

domingo, 8 de novembro de 2009

Crítica: A Verdade Nua e Crua (The Ugly Truth, 2009)


A verdade é nua e crua: filme simples, direto, objetivo, roteiro fraco que somente se fortalece pelo carisma dos atores principais! Ponto!


por Fernando

Poderia ser uma daquelas pérolas das comédias românticas, cheias de verdades, onde as pessoas encontram as respostas para seus problemas, aquelas típicas comédias definitivas, que chegam com tudo e permanecem na memória por muito tempo, não só pela grande história mas principalmente pela ideia exposta. A prática é simples, o filme lança uma tese e ao decorrer da história o roteiro vai lançando argumentos que provam suas idéias, por mais absurdas que elas sejam. Entretanto, ainda há aqueles casos onde a tese exposta é tão patética que nem vale a pena ficar até o final para saber no que vai dar.

A Verdade Nua Crua não está em nenhuma dessas duas opções. A tese é boa, interessante, porém, tão antiga, tão estereotipada, a moça que sonha com o cara perfeito e o cara que ela encontra é um verdadeiro machão que só pensa em sexo e pronto, mulheres e homens resumidos a isso, uma ideia repetidamente exibida pela mídia em geral.


Vamos a história. Abby Richter (Katherine Heigl) é uma talentosa produta de um famoso programa de variedades na tv, o problema é que esse mesmo programa está caindo na mesmice, a audiência está caindo cada vez mais e a pressão no trabalho de Abby está aumentando, e todos de sua equipe chegam a conclusão de que precisam urgentemente se reerguerem, mudando completamente o roteiro criado há muitos anos. Por outro lado, há um tal de Mike Chadway (Gerard Butler), que trabalha em outra emissora, uma tão impopular que nem chega a ser uma concorrente, e seu programa é a grande atração, onde ele faz revelações bombásticas sobre o universo masculino e feminino, entende tudo sobre as atitudes masculinas diante do amor e sabe mais que qualquer mulher o que ocorre na confusa mente delas, isso é o que ele acredita e não hesita ao dizer a verdade nua crua no que diz respeito aos relacionamentos, que na verdade, amor não existe, o homem perfeito que toda garotinha inocente sonha em encontrar, não existe!! Homens querem sexo!! O coração das mulheres está na cabeça e o dos homens...um pouco abaixo!!

Chad passa a ser a salvação do programa onde Abby trabalha, é o novo contratado da emissora e todos passam a apostar em sua honestidade e sinceridade frente as câmeras. Abby o odeia, ela sonha em encontrar o cara perfeito e sabe que um dia isso vai acontecer e vai contra todos os seus conceitos sobre amor e odeia mais ainda o fato de sua carreira depender de seu "profissionalismo", se Chad conquistar o público, o programa continua!


Até que, irritado pela forma como é tratado pela bela moça, ele decide fazer um trato: ela passa a aceitá-lo, deixar de tratá-lo tão mal e em troca ele vai fazer ela conquistar o cara que quiser e em poucos dias, esse felizardo estará aos seus pés. Abby conhece seu vizinho, o homem perfeito, bonito, educado, simpático, inteligente, médico, rico, enfim, tudo o que qualquer mulher sonha em encontrar. Chad começa a ditar as regras do jogo e diz o que é o certo e o que é errado na hora de conquistar o partidão. Abby faz exatamente o que o novo parceiro diz, leva ao pé da letra cada regra ditada. O problema é que as dicas funcionam e o vizinho fica apaixonado por ela. E aos poucos Chad vai se mostrando quem realmente é, e que por trás desse garanhão que entende tudo sobre as mulheres, nada mais é que um cara normal, que assim como muitos sofreu desilusões amorosas, em contra partida, Abby vai se tornando uma expert em relacionamentos, o que deve e o que não deve ser feito para manter o bonitão em suas garras, entretanto, deixando de ser completamente quem ela realmente é, fazendo ele se apaixonar, não por uma bela moça que acredita no amor, que tem seus defeitos e Abby Richter tem vários, e sim por uma mentira, uma mulher perfeita, e isso ela nunca vai ser. Enquanto isso, o cara que mais a conhece, que a conhece de verdade, Chad, vai descobrindo nela, mais coisas em comum do que ambos imaginavam encontrar.

Homens fazem sexo, mulheres fazem amor. Essa já é batida, já foi utilizada em temas de músicas, livros, programas de tv, e principalmente em filmes. Como discutir algo que já foi discutido, argumentado, e já chegado a esta conclusão "brilhante". A verdade nua crua, é que não há padrão, não há definição, quem está a procura de entender a definição do amor, ou da mente dos homens ou das mulheres, está perdendo tempo. E infelizmente o filme não utiliza isso, ficando no de sempre, na mesmice, no estereótipo de mulheres que sonham em encontrar o homem perfeito e o homem que deseja sexo acima de tudo, isso, claro, existe, mas não deve ser colocado como algo que não tem exceções, como algo fixo, como se o ser humano fosse definido tão facilmente. O filme para por ai, não ousa mais que isso, não lança outros argumentos e muito menos uma outra conclusão.


A intensão de discutir a mente dos homens e mulheres, discutir relacionamentos em geral, já ocorreu ainda esse ano, em Ele Não Está tão Afim de Você, não deixando de ser, uma verdade nua e crua, porém, esse longa em questão conseguiu ter mais êxito em seu propósito, não tratando do amor com tanta superficialidade como é tratada no mais recente.

Robert Luketic, como diretor, já fez coisas melhores, ás vezes o filme chega ao patético, oscilando entre o péssimo e o medíocre, outros momentos, porém, oscilando entre piadas de mau humor, no pior estilo de praça é nossa, e o melhor que as comédias românticas hollywoodianas podem oferecer. Sim, há seus momentos bons, piadas ousadas e originais e ás vezes de muito bom gosto. Ha ainda, por mais que extremamente estereotipados, diálogos hilários sobre a guerra entre os sexos.

Como já foi dito anteriormente, o longa é salvo pelo carisma dos atores principais. Katherine Heigl, mais uma vez, ótima, é bela, simpática, se dá bem com as câmeras e conquista o público facilmente, é engraçada, divertida, se encaixa perfeitamente em Abby Richter, sabe mostrar a seriedade de uma mulher no trabalho, a inocência de uma mulher a procura de um homem perfeito, assim com seus pulinhos de felicidade após uma conquista e uma mulher fatal e sensual pronta para soltar as garras e prender sua presa (Ual, me empolguei agora). E Gerard Butler mais uma vez acerta, é hoje, um dos atores mais carismáticos, e percebemos que se diverte com sua personagem, assim, como nós, do outro lado da tela, que facilmente somos fisgados por essa dupla fascinante. Os dois juntos? perfeito!


Sinceramente, quer arriscar nessa comédia boba e sem nenhuma profundidade psicológica? Se quiser, eu dou o maior apoio. Num final de semana onde você deseja desligar o cérebro (sim, para assistir esse filme será necessário) e esquecer de tudo ao seu redor e só dar risada e se divertir com as confusões amorosas desse casal incrível, vale a pena. Se você quiser optar por algo mais inteligente, não pense duas vezes, não assista. Ainda há uma trilha sonora com hits atuais e empolgantes, que ajudam em determinados momentos. Mas pode ter certeza, o filme vai começar péssimo, mas vai crescendo, não é um filme linear, alcança seu clímax, chegando a bons momentos de projeção, com ótimas atuações, sempre. Se o filme foi feito só para divertir, ele consegue.

NOTA: 7

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